Conscientização para a importância de se continuar mantendo a erradicação da poliomielite.
Só para se ter uma idéia dessa crescente queda nos números, este ano nenhuma das etapas da campanha de poliomielite atingiram suas metas.
Nas duas edições da campanha as metas ficaram abaixo de 90%. "Na primeira etapa que acontece no mês de junho foram vacinadas 80,64% das crianças. Já em agosto, quando realizamos a segunda etapa, alcançamos apenas 81,47% da meta, de um universo de 28.720 crianças nessa faixa etária.
A coordenadora ressaltou que essa situação vem se agravando há alguns anos. Em 2007, por exemplo, as metas só foram alcançadas porque o prazo da campanha foi prorrogado por mais 15 dias.
"Em 2006, a situação foi ainda pior, quando não chegamos a 80% da meta. Só foram vacinadas 79,74% do previsto para a primeira etapa. Na segunda, houve uma melhora, de 92,48%, mas continuamos sem atingir a meta", lembra.
Para a coordenadora, a campanha de vacinação contra a pólio já deixou de ser uma festa como acontecia há muito tempo no País. Ela atribui essa ação negativa dos pais de crianças com menos de cinco anos exatamente para o fato de o Brasil já ter erradicado a doença.
"Os pais, na verdade, precisam entender que a poliomielite só foi erradicada porque houve uma participação maciça da população nos primeiros dez anos em que o País se propôs erradicar a doença", esclarece.
A coordenadora afirma ainda que uma parte da culpa é do Governo Federal que, também deixou de investir na divulgação e mudou a estratégia da campanha.
"Antes as campanhas chocavam mais quando apareciam as vítimas da pólio e, além disso, antigamente recebíamos, por exemplo, cerca de mil cartazes para divulgação. Hoje só nos enviam 100", informou.
"A manutenção das vacinas é o que garante a erradicação\", afirma a coordenadora municipal de imunização, Érica Carvalho, ao analisar o fato de os pais estarem se sentindo "cansados" com a frequente realização das campanhas de vacinação.
Último caso de pólio no Brasil foi registrado em 1984.
Em 1994, o Brasil recebeu o certificado de erradicação da doença depois de 10 anos sem registrar nenhum caso de poliomielite no país. O último caso data 1984, no município de Souza, no estado de Alagoas.
Conforme a coordenadora, o sucesso da erradicação da doença deve-se em muito à participação dos pais durante as campanhas, na conscientização de que mesmo vacinadas, as crianças continuavam recebendo as doses extras.
As crianças começam a receber a primeira dose da vacina aos dois meses de vida, repetindo aos quatro e seis meses, além do reforço com 1 ano e três meses. "No entanto, mesmo que a criança esteja com esse esquema todo completo, é necessário participar das campanhas. Somente com essa medida é que poderemos manter a erradicação da pólio", ressalta.
Fonte de Pesquisa : Folha Web
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